Viva o 1º de Maio de 2018! Os interesses dos trabalhadores não podem estar subordinados às estratégias reformistas que apoiam o governo PS/Costa.

01-05-2018

Como amigos da ICOR, saudamos os trabalhadores pela data histórica do 1 de Maio, dia de luta cheio de simbolismo para a classe operária de todo o mundo que honra todo o passado de luta e todos os seus irmãos de classe caídos na luta sem quartel contra o regime de exploração e opressão da sociedade capitalista. Nesta luta entre o trabalho e o capital, os interesses jamais serão conciliáveis, assim como o objectivo da classe operária será sempre o derrube do capitalismo e a abolição da exploração do homem pelo homem, pela construção duma sociedade livre e sem classes.

É neste contexto e rumo, que saudamos e apoiamos todos os sectores que estão em luta contra o governo do PS Costa, o atual gerente dos interesses do capital e apelamos para que outros sectores se juntem à luta e às mobilizações.

É tempo de abandonar as ilusões e chamar os bois pelos nomes, vamos lembrar que o apoio do PCP e do BE ao governo resultou em quase dois anos sem greves; o país viveu uma onda reformista sem precedentes que serviu para o patronato e o grande capital avançar numa ofensiva da precarização e total escravização do trabalho e em alguns casos, numa estreita colaboração de classes com total cumplicidade de comissões de trabalhadores e sindicatos, como foi o caso da Autoeuropa de Palmela, onde as comissões de trabalhadores assinaram com a empresa dois acordos feitos nas costas dos trabalhadores, quando os mesmos o haviam rejeitado em referendo.

Este processo foi tratado em praça pública com os trabalhadores a serem insultados e enxovalhados por rejeitarem a alteração para o modelo de laboração contínua, que lhes retira a folga semanal ao fim de semana e os coloca sobre um modelo de total precarização e escravização do trabalho, com perda do direito à família ao lazer e cidadania.

Um dirigente sindical denunciou, no programa Prós e Contras, que a laboração contínua na Autoeuropa iria obrigar a cargas horárias até 12 horas e a apenas 15 domingos de folga por ano e depois, foi o mesmo sindicato e o mesmo dirigente sindical que logo a seguir cancelou a greve que estava marcada para impedir a entrada em vigor das alterações laborais. Estas traições também aconteceram noutros sectores, como nas minas de Neves Corvo, que é outro grupo multinacional onde os sindicatos acordaram a laboração contínua. Isto prova que há uma prática reformista, camuflada e dissimulada, que tem por trás um governo que se põe de cócoras perante os poderosos grupos económicos do grande capital que, além de lhes dar tudo o que pedem, ainda lhes permite a escravização do trabalho, burlando-se das leis laborais do país.

Os 100.000 precários, só no sector do Estado provam que somos os campeões da precariedade dos salários e das reformas de miséria, enquanto se derretem milhares de milhões para salvar falências no sistema bancário e se dão benefícios e perdões fiscais de milhões a tudo o que são grandes grupos económicos. Também é o governo que cumpre o défice e todos os ditames da União Europeia, do FMI e do Banco Mundial e um governo que nada diz quando grandes grupos encerram portas e mandam milhares de famílias para a miséria. Desde o início do ano, encerrou a Triumph em Lisboa onde foram 500 pessoas para o desemprego. Logo a seguir, a Ricon em Famalicão com mais 700 agora mais algumas centenas no sector do calçado em Felgueiras. Sobre os serviços públicos de que tanto falam, os cortes no sector da saúde criaram situações de caos e vergonha como o caso do Hospital de São João, cortes no ensino, degradação das escolas, colocações anárquicas e injustas de professores, encerramento de correios e balcões bancários da CGD,. . .

Há mais de 100 anos que os trabalhadores, com os seus sindicatos, que lutam em todo o mundo contra a desvalorização salarial, por melhores condições de trabalho, contra os despedimentos, etc.

Mas há um problema - apesar de mais de cem anos de luta a situação em princípio não melhora!

A cada momento existe o medo de sermos despedidos; os melhoramentos que hoje conseguimos com a luta, amanhã já nos são roubados, se não os defendermos. O motivo é que com a luta sindicalista só podemos suavizar os piores efeitos da exploração capitalista. Eliminar a raiz dos problemas é a tarefa. Para libertar a Humanidade da escravatura salarial, temos que eliminar o capitalismo e substitui-lo pelo socialismo verdadeiro onde a classe operária está no poder.

No turbilhão deste mundo desestabilizado e guiado pelas crises, uma força superior ao Imperialismo deve desenvolver-se. Os monopólios internacionais destroem de livre vontade a unidade da Humanidade com a Natureza para poderem extrair lucros máximos. Sob pressão, aquando a mais longa e profunda crise económico-financeira da história do capitalismo (2008-2014), cada vez mais governos estão a roçar a direita como nunca antes visto deste a II guerra mundial com reacção aberta, protofascista e nacionalista. Ao mesmo tempo, denota-se uma mudança progressiva das massas e da classe trabalhadora tanto em diversidade, conteúdo e extensão que ultrapassa qualquer movimento anterior. Movimentos da juventude transcendem fronteiras. O movimento militante das Mulheres floresce, onde cada vez mais ingressam nas fileiras do proletariado industrial internacional onde agem como elo de ligação entre os movimentos da classe operária, a juventude revolucionária e os movimentos de resistência popular.

Isto anuncia um reacendimento dos movimentos revolucionários internacionais e da classe operária. Essas razões não se encontram nos políticos governantes ou no advento de novas ideias ou filosofias, o materialismo histórico e a dialética provam-nos isso. O fundamento material é a base económica da sociedade, o desenvolvimento contraditório do modo de produção. A emergência de novos países com cariz Imperialista, como a Rússia, India, Turquia ou China levou a mudanças na esfera de Influência dos velhos Imperialistas. Esta qualidade de multipolaridade intensificou as rivalidades mundiais, aprofundou a instabilidade do sistema imperialista, enfraquecendo-o e agudizando a crise geral do capitalismo.

Pelo mundo, as contradições de classes intensificam-se. O fosso entre ricos e pobre alarga-se cada vez mais. Enquanto os corruptos monopólios financeiros que regem, corrompem a pequena-burguesia e uma massa de trabalhadores industriais para seu benefício, as massas são progressivamente empurradas para a pobreza. A sobrexploração dos trabalhadores cada vez mais se transforma numa normalidade.

Porém, seria um erro assumir que o imperialismo não tem escapatória ou que o capitalismo se encontra no estado moribundo. Certo é que este é o momento para a construção de uma frente unida anti-imperialista e antifascista, onde o miolo deverá ser o proletariado industrial internacionalista.

Esta luta vai para além do quadro sindical. Os trabalhadores, com a classe operária em primeira fila, só conseguirão alcançar esta transformação social se forem liderados por um partido revolucionário.

Uma coisa é certa: a luta revolucionária pelo fim da exploração, pelo derrube do sistema capitalista vai-se intensificando. Hoje há uma linha proletária dos vários partidos revolucionários integrantes da ICOR, em diversos países, os quais nós apoiamos, que vai fortalecendo, cooperando e coordenando o amadurecer da consciência de classes, em combinação com a construção e fortificação de partidos revolucionários em cada vez mais países, pois este é o mais importante pré-requisito para uma eficaz preparação da Revolução Internacional Socialista.

E é nosso propósito como classe proletária, como revolucionários, de seguir a directiva de Lenine, criando o partido que levará o povo português à Revolução e à Vitória Final. Pela construção do verdadeiro Socialismo, o Socialismo Científico Marxista-Leninista.

Esta é a Tarefa, a grande tarefa para qual apelamos a adesão de todos os trabalhadores portugueses.

Viva ode Maio!
VivaInternacionalismo Proletário!
Por um Partido Marxista-Leninista Proletário em Portugal!
 Viva o Socialismo Científico!
Avante comICOR!