A Destruição Planeada do Barroso é um Crime Contra a Natureza e a Humanidade. Solidariedade para com a luta da população de Covas do Barroso! Não à Mina, Sim à Vida!
Para os Amigos da ICOR Portugal, deve fortalecer-se e solidarizar a ampla resistência popular contra a destruição dos montes do Barroso, perpetrada pelos interesses de lucro de multinacionais. Denunciamos este crime contra a Humanidade e a Natureza.
Os Habitantes de Covas do Barroso, em Boticas, mobilizaram-se unidos numa luta incessante contra a abertura de uma mina de lítio, a céu aberto, com 500 metros por 600 e 150 metros de profundidade, que irá esventrar os montes e irreversivelmente destruir a actividade agrícola de que dependem para o seu sustento.
Não há benefício quando as culturas primárias e a agricultura são substituídas por culturas energéticas.
Este saque à matéria-prima, acirrado pela economia de lucro, tornar-se-á uma constante com avanços desproporcionais em Trás-os-Montes, como em Carvalhos e Sepeda, bem como em mais 9 novas minas espalhadas por Portugal onde se pede uma frente de unidade combativa capaz de lhe fazer frente.
A prospecção e futura mina de lítio que irá ser aberta, dentro do que é considerado Património Mundial da Agricultura, onde se é suposto dedicar à protecção dos bens culturais, sociais, económicos e ambientais das populações, as gentes de Covas questiona-se como poderão conviver com a destruição que se avizinha pela exploração prevista de 24/24h, 7 dias por semana e durante 13 a 23 anos.
"Savannah Resources" e Governo- de Mãos Dadas
Este crime está a ser perpetrado pela "Savannah Resources", uma empresa de capital financeiro internacional que tem vindo a infernizar a vida das populações do Barroso, tentando agora elevar esta ofensiva brutal a "Potencial Interesse Nacional" (PIN)! Em Setembro de 2018, o Governo já admitia que o seu objectivo era transformar Portugal no "fornecedor líder do metal para baterias de automóveis elétricos".
Esta destruição tem vindo a ser executada em terrenos particulares e baldios, sendo feito à revelia dos habitantes ou através de campanhas de desinformação por parte da empresa, mas também da Direcção Geral da Energia e Geologia (DGEG) que concedeu o direito à "Savannah Resources" para explorar ainda mais 500 hectares sem sequer informar os donos dos terrenos agrícolas nem os Compartes, os habitantes gestores dos baldios.
Porém, face aos ataques feitos pela "Savannah Resources", que agora tem vindo a usar a coação agressiva nos habitantes para os forçar a vender as suas terras, os Compartes e o povo, aquando a sua última reunião, rejeitaram o aumento da área de prospecção ditada pela DGEG.
Estes factos demonstram claramente que a economia capitalista de lucro destrói a unidade da Humanidade e da Natureza. Para a restauração dessa unidade, precisamos de um governo da classe trabalhadora e das massas populares embrenhadas no socialismo verdadeiro.
Já Karl Marx apontava para esta vertente destrutiva do capitalismo: "A produção capitalista, portanto, apenas desenvolve a tecnologia e a combinação de vários processos em um todo social, minando as fontes originais de toda a riqueza - o solo e o trabalhador."
A humanidade, graças ao modo imperialista de produção, é dirigida para uma catástrofe ambiental global.
As fundações existenciais da humanidade, em geral, estão a ser postas em causa. O Barroso é um dos incontáveis exemplos! Medidas Revolucionárias Imediatas e Decisivas São Necessárias! Uma mudança de paradigma no modo de produção com a unidade da humanidade e a natureza como diretriz principal, exigem a superação revolucionária do capitalismo/imperialismo com a perspetiva de uma sociedade libertada pelo socialismo verdadeiro.