Frente Internacional Unida Contra o Perigo Fascista Que Ameaça a Europa!

As grandes massas procuram uma alternativa social ao capitalismo em crise.                                                     Os detentores do poder direcionam essa procura para a direita.

A Europa está a avançar cada vez mais para a direita e as eleições europeias deram origem a uma intensificação da ameaça fascista. Em vários países - especialmente nos grandes países imperialistas - existe uma séria influência fascista: por exemplo, em França, onde o partido Rassemblement National, liderado por Marine Le Pen, obteve cerca de 32%. A primeira-ministra fascista da Itália, Giorgia Meloni, venceu de forma clara as eleições europeias com o Fratelli d'Italia (partido sucessor do fascista Movimento Sociale Italiano), alcançando 28,9% - um aumento de mais de 20% em comparação com as eleições europeias de 2019. Na Alemanha, o partido fascista AfD obteve quase 16% dos votos. Na Áustria e nos Países Baixos, forças fascistas como o FPÖ e Geert Wilders saíram reforçadas e estão no governo em alguns casos. Na Polónia, os fascistas da Konfereracja obtiveram 12,1% dos votos, apesar da fraca afluência às urnas. Noutros países, as organizações fascistas obtiveram assentos parlamentares em Bruxelas/Estrasburgo. Na Turquia, Erdogan estabeleceu há muito tempo uma ditadura fascista.

No entanto, também não há uma evolução uniforme: em vários países europeus, os governos de direita foram novamente afastados do poder, como na Polónia. No Reino Unido, o governo reacionário de Sunak sofreu uma derrota categórica. As forças progressistas e antifascistas estão a reforçar-se e a expandir-se na sua luta contra a ultradireita. Nas eleições antecipadas em França, a nova aliança eleitoral antifascista "Nouveau Front Populaire" (NFP) ficou em primeiro lugar na segunda volta das eleições, à frente do governo reprimido de Macron e relegando o RN para o terceiro lugar! Na Grécia e na Bélgica, os partidos de esquerda, como o KKE e o Partido do Trabalho (PdA), tiveram alguns sucessos. A persistente alta taxa de abstenção nas eleições europeias reflecte a tendência para rejeitar o parlamentarismo burguês, os seus partidos e instituições: Em doze países, é inferior a cinquenta por cento (2019: 15). Trata-se, essencialmente, de alternativas parlamentares. Os respetivos partidos variam entre forças burguesas de direita e forças reformistas de esquerda. Muitas vezes como antifascistas burgueses em conexão com visões anticomunistas sobre o "extremismo". A luta antifascista do proletariado tem de ser reforçada a todo o custo.

Estamos firmemente convencidos de que é possível combater com êxito o perigo fascista. Os trabalhadores em greve, o movimento militante das mulheres e a juventude rebelde podem fazer dos progressos fascistas um fenómeno temporário com uma consciência antifascista adequada. Os desenvolvimentos proto-fascistas têm como fonte a intensificação da competição inter-imperialista que precisa do fascismo como forma de governo apropriada. É por isso que são promovidos e tornados possíveis pelos detentores do poder através da sua banalização como "populistas de direita", do anticomunismo, da propaganda nos meios de comunicação social e do apoio financeiro. (Em França, o RN vai receber mais de 12 milhões de euros por ano pelos seus actuais resultados eleitorais!) A nossa tarefa é expor e atacar isto em todo o lado e assim desestabilizar a base de massas das forças fascistas.

O apelo das organizações europeias da ICOR antes das eleições europeias é muito atual e ganhou importância com o slogan:

Contra o desenvolvimento de direita, o fascismo, a guerra e a destruição do ambiente - socialismo!

Os últimos desenvolvimentos sublinham o desafio que se coloca à ICOR Europa de reforçar a luta antifascista e de ligar a luta pelos interesses sociais da classe trabalhadora, pela paz e pelas condições básicas da vida humana. A (futura) formação de uma frente única europeia e mundial contra o fascismo, a guerra, a destruição ambiental e o imperialismo deve ser abordada de forma consistente.

Política de frente única - para a ICOR isto significa cooperação numa base de igualdade com todas as forças progressistas, de esquerda e socialistas na luta. Nem um pé de distância em relação aos fascistas - nenhuma política de frente cruzada de união de forças com forças ultra-reaccionárias e fascistas! Cooperação com comunistas e marxistas-leninistas sem reservas e com a classe trabalhadora como força motriz.

As organizações-membro da ICOR comprometem-se a desmascarar os fascistas, as suas organizações, meios e métodos. E, em particular, para tornar claro o carácter fundamental do fascismo: é o sistema de governo mais reacionário e desumano da sociedade capitalista!

Esclarecer em toda a parte, numa intensa disputa filosófica, a demagogia social com que se camuflam os novos fascistas. Os fascistas são inimigos dos trabalhadores. Em Itália, a primeira ação de Meloni foi a abolição das prestações sociais para os pobres. O principal inimigo são as 500 maiores empresas europeias - não os imigrantes! Só em 2023, roubaram aos trabalhadores lucros recorde de 880 mil milhões de euros. E são responsáveis por 140 milhões de pessoas (dos 448 milhões de habitantes da UE) que são pobres ou estão em risco de pobreza!

Os fascistas negam a catástrofe ambiental global em curso - e particularmente a catástrofe climática - causada pelo imperialismo e defendem o desenvolvimento sem restrições da responsabilidade capitalista pela catástrofe ambiental. O aquecimento climático na Europa já subiu para 2,2 graus acima do nível de 1850.

Fascismo significa extremo social-chauvinismo, colocando o próprio país e o próprio povo em primeiro lugar e acima dos outros povos. Fascismo significa elevado armamento, preparação para a guerra e mais guerra! Os fascistas são o fator brutal de manutenção da ordem do sistema capitalista e defendem o racismo e o antissemitismo. O anticomunismo e a opressão brutal do movimento revolucionário da classe trabalhadora são parte essencial do fascismo. A resposta coerente à intensificação do perigo fascista é o reforço da ICOR e uma política activa de frente única.

Luta contra o fascismo - Viva a solidariedade internacional!

O socialismo é a perspetiva - Avante com a ICOR!

Reforçar a frente única internacional anti-imperialista

contra o fascismo, a guerra e a destruição do ambiente!

Aprovação das seguintes Organizações da ICOR:

UPML Union Prolétarienne Marxiste-Léniniste (União Marxista-Leninista Proletária), França

UMU Union of the Maoists of the Urals (União de Maoístas dos Urais), Rússia

KOL Kommunistische Organisation Luxemburg (Organização Comunista do Luxemburgo)

PR B&H Partija Rada ByH (Partido Trabalhista), Bósnia e Herzegovina

UMLP União Marxista-Leninista Portuguesa

CPPDM China People's Party in Defense of Mao Zedong (Partido do Povo Chinês para a Defesa de Mao Tsé-Tung)

MLPD Marxistisch-Leninistische Partei Deutschlands (Partido Marxista-Leninista da Alemanha

MLGS Marxistisch-Leninistische Gruppe Schweiz (Grupo Marxista-Leninista da Suíça)

MLKP Marxist-Leninist Communist Party of Turkey / Kurdistan (Partido Marxista-Leninista da Turquia/ Curdistão)

RM Rode Morgen (Amanhecer Vermelho), Países Baixos

BKP Partido Comunista da Bulgária