Aos trabalhadores (as),Basta de políticas de manipulação, mentira e medo! Ousar lutar, ousar vencer!
Nós, os Amigos da ICOR renovamos o nosso apoio e solidariedade a todos os sectores laborais em luta e nesta fase apelamos à solidariedade com a luta dos enfermeiros contra o que consideramos ser a mais vil campanha negra de homicídio de caracter e dignidade de um sector laboral, como na área da saúde, que trata e cuida dos nossos doentes.
Já anteriormente alertámos e denunciámos a campanha de manipulação e provocações orquestrada a partir da comunicação social e seus comentadores contra os trabalhadores da Autoeuropa, aquando o conflito laboral de 2017, e já com ameaças de requisição civil. Seguiu-se a campanha contra os estivadores e não vimos nem ouvimos uma única palavra sobre o clima de intimidação, coacção, medo, cortes salariais e ameaças com a requisição civil com que o governo tentou sufocar a luta dirigida pelo SEAL, uma luta vitoriosa que mostrou ao país a vergonha da precariedade e escravatura existente nos nossos portos e também não ouvimos uma só palavra sobre as ameaças e coacção aos professores filiados no STOP.
São vários os exemplos que o comprovam; hoje os governos do capital recorrem em permanência à guerra suja do terrorismo da guerra mediática com tudo o que há de mentiras (Fakenews), para virar a opinião pública contra os setores laborais e contra as greves, incluindo também o total isolamento e marginalização dos novos sindicatos que organizam e dirigem estas lutas. Sendo esta prática uma total subversão das leis e do direito, ficou claro e serve de alerta aos trabalhadores e ao povo o apoio de todos os partidos e presidente da república, de forma mais ou menos disfarçada, ao governo contra os enfermeiros, o que põe a nu que esta democracia é uma treta e uma farsa. Apoiam um governo autoritário que orquestrou todo um plano maquiavélico de mentiras, em roda livre, para acusar os enfermeiros de incumprimento ao que chamam de serviços mínimos e cirurgias não realizadas para decretar a requisição civil; suspendeu o direito à greve e outros direitos fundamentais de um estado que se diz democrático; impôs aos enfermeiros um clima de intimidação, ameaça e coação, chegando ao ponto de mandar marcar faltas a que estava a trabalhar sob protesto.
Bastam apenas 2 situações para provarmos a forma maquiavélica de como o governo agiu e todas as falsidades do seu plano: 1º exemplo - Um hospital com recursos humanos para o funcionamento de 4 salas de blocos operatórios e serviços mínimos afixados em 2 salas, mandou abrir 8 a 11 salas marcando para todas cirurgias não urgentes nem emergentes. A seguir, chamou os doentes para informar que por causa da greve não seriam operados. 2º exemplo - Avisaram os pacientes que cirurgias não se realizavam devido à greve. Imagine-se nos hospitais de Leiria e Amadora-Sintra, onde simplesmente não houve greve.
Depois vêm as falsidades sobre as reivindicações salariais quando a única coisa que reclamam é serem equiparados a outros técnicos de saúde com as mesmas habilitações: Farmacêuticos, psicólogos e nutricionistas. Quando às aberrações sobre o fundo de solidariedade, que chamaram Crowdfounding, só faltava quererem criminalizar os métodos de organização da luta e solidariedade dos trabalhadores.
Agora que até os tribunais confirmaram não haver ilegalidades fica a pergunta: Como ficam as vozes exaltadas e nervosas das estrelas do parlamentarismo, que queriam fuzilar os enfermeiros na praça púbica com as insinuações do financiamento privado!? Será que queriam usar os enfermeiros para ajudar o governo a esconder o caos que se vive nos hospitais devido aos cortes, onde quase todas as semanas se demitem direcções hospitalares. Porque escondem que só em 2016 faleceram cerca de 2600 doentes que aguardavam cirurgias e quais os números reais da lista de espera por cirurgia, se a ministra Marta Temido, é conhecida por falsear e manipular estes números!?
E onde está a bandeira da defesa do SNS se o próprio aliado do governo, PCP, referiu em 29/08/2018 que são desviados por ano 3.000 milhões para os grupos privados da Saúde, as PPP, fazendo parte do acordo do PS com a direita.
Lembramos também a luta ambiental, pois este governo do capital já esqueceu a tragédia dos incêndios, onde nem sequer ouviu o observatório nacional aconselhar outro tipo de reflorestação, a lei do lucro impera e ordena que a floresta seja de 90% eucalipto e pinheiro. Depois, o país vai tornar-se o novo faroeste das multinacionais do lítio, com minas a céu aberto por todo o país. Em Covas do Barroso, nem o facto de a Unesco considerar Património agrícola mundial impede que arrasem com a vida e os haveres do povo, para os quais apelamos à solidariedade.
Mas, nesta fase da luta contra o governo do capital PS/Costa é preciso separar o trigo do joio, por a nu e às claras, as posições e comportamento dos partidos reformistas aliados do governo, PCP e BE, que aliás já ambos afirmaram querem ir para o Governo e deixaram isso bem claro no papel que desempenharam contra a luta dos enfermeiros. Convém lembrar que em 2016, quando o PS avançou na formação do governo, apoiado pelo PCP e BE, logo o FMI, o BCE e o Banco Mundial elogiaram e apoiaram a ideia. O caso da Grécia é ainda mais elucidativo pois trata-se de um partido de "extrema-esquerda", irmão-gémeo do BE, que acabou por impor ao povo grego todas as medidas da Troika e do FMI, o que torna indesmentível o papel deste partidos integrados no sistema, na tarefa da colaboração de classes. A sua influência nos sindicatos permite aprisionar e tornar refém as lutas laborais, assim se percebe como este governo chega às eleições sem cumprir as promessas de descongelar salários e carreiras. Não há acordo assinado com nenhum sector laboral, agravou-se a precariedade, onde já temos mais 73.000 precários que durante Troika, no sector do turismo impera a escravatura e os acordos feitos à direita e com o patronato em matéria laboral, vão agravar ainda mais a escravização do trabalho.
Para fechar a festa, temos o teatro dos sindicatos, qual choradeira de enterro, dizem-se enganados e que o governo agiu sempre de má-fé. É claro que as lutas não podem seguir este caminho de marchas folclóricas. O exemplo da luta combativa dos estivadores é um caminho a seguir em todos os sectores, tal como os enfermeiros vão vencer, não podem é entrar no jogo do governo, que só os chamou ao diálogo pois percebeu que o chão se abria para o abismo, com a greve de fome do dirigente sindical.
Lembramos também aqui a data histórica, 8 de Março, dia da mulher trabalhadora, onde reforçamos que o patriarcado pode ser superado levando a cabo a revolução das Mulheres em toda a parte. A grande massa das mulheres é duplamente explorada e oprimida e sem uma revolução radical, não será possível libertar a vida de todas as formas de exploração. Esta situação deve-se ao papel socialmente designado na família, o que cria cada vez mais contradições nas mulheres. A revolução não pode ser realizada por mulheres escravas. Já Lenine dizia "A experiência de todos os movimentos de libertação mostrou que o sucesso de uma revolução depende do quanto as mulheres participam nela." É o nível de liberdade e igualdade das mulheres que determina o nível de liberdade e igualdade na sociedade.