Rejeitar as ilusões reformistas que apoiam o governo PS/Costa e a União Europeia da Guerra e das políticas imperialistas!
Como Amigos da ICOR, saudamos e apoiamos todos os sectores laborais em luta contra o governo PS/Costa e o capital.
Enaltecemos e apontamos como caminho a seguir o exemplo de unidade e resistência demonstrado nas lutas laborais recentes dos estivadores, enfermeiros e motoristas do transporte de matérias perigosas.
Estas lutas são a melhor prova de que os trabalhadores rejeitam a colaboração de classes e qualquer tipo de paz social com o governo, pois jamais abdicam de lutar por uma vida digna, pelo seu futuro e pelo futuro dos seus filhos. Fica também comprovado que todas as ilusões e farsas têm prazo de validade, apesar do folclore parlamentar que se assistiu nestes 4 anos e o delírio da propaganda bombardeada até à exaustão, cada vez que baixava uma milésima do défice e os juros da dívida.
Em concreto, nada mudou na vida real dos trabalhadores e do povo, nem as promessas de descongelar salários e carreiras, nem a redução da precariedade foram cumpridas. É também um governo que cumpre na íntegra as políticas neoliberais da UE e do FMI do défice e dos cortes. Veja-se a situação a que chegou o sector da saúde enquanto dá 3 mil milhões por ano às PPP do sector. Veja-se a situação do ensino, na ferrovia, o encerramento de escolas primárias, tribunais, balcões da Caixa Geral de Depósitos e postos dos CTT. E assobia para o lado quando dezenas de pequenas empresas do têxtil do Vale do Ave abrem falência e fecham portas, porque os abutres do sector desviam a produção para países como Marrocos e Turquia.
Um governo cuja máscara do diálogo caiu e o que resta é um governo repressivo como se viu nas lutas laborais recentes em que foi para cima dos trabalhadores com a requisição civil, com as forças de repressão e todo o tipo de provocações, ameaças, intimidação e coacção. Depois ainda levamos com a campanha reaccionária protagonizada por todos os quadrantes políticos e Presidente da República contra a greve dos enfermeiros e dos motoristas de transporte de matérias perigosas.
Ao exigir que se mude a lei para aumentar os serviços mínimos pretendem esvaziar completamente os efeitos da greve. Isto mostra a verdadeira farsa das liberdades e democracia do regime que prova o que nós, Marxistas-Leninistas, sempre denunciámos: No capitalismo, os governos apenas legislam leis que o capital financeiro lhes ordena.
Vemos o caso da Grécia que tinha um governo do Syriza (família política do Bloco de Esquerda), que impôs as medidas da Troika e do FMI. Quem não se lembra dos elogios e apoio que FMI, BCE e Banco Mundial deram em 2016 à ideia de um governo PS, apoiado pelo PCP e BE?
Afinal quem são FMI, BCE e BancoMundial? São as instituições do Capital Financeiro Internacional. São os credores mundiais, donos das dívidas colossais dos países, parte deles levados à ruína total, à miséria e sofrimentos dos povos através de empréstimos e financiamentos com juros altíssimos, num jogo de parcerias para sustentar o estado burguês e tudo o que é governos vendidos e corruptos à escala mundial.
Toda a estrutura económica dos países está sob domínio dos grupos económicos ligados e afectos a estas instituições financeiras que, não só exploram os trabalhadores, mas, também saqueiam e destroem todos os recursos naturais. Em Portugal há anos que destroem o país com o plantio maciço do eucalipto e com os incêndios.
É nesta ordem da economia de lucro, de rapina e destruição ambiental que descobriram uma nova e mais destrutiva fonte de lucro: a corrida ao lítio. Vão esventrar e contaminar aldeias, terras agrícolas e montes com minas a céu aberto por todo o interior de Trás-os-Montes, do Alto Minho ao Alentejo, contabilizando mais de 40 locais para a mineração. Uma mina de lítio a céu aberto, por exemplo em Covas do Barroso, tem dimensões de 500 metros por 600 e 150 de profundidade. Irreversivelmente, vai destruir toda a actividade agrícola da qual toda a população depende, para além de a região de Barroso ser Património Agrícola Mundial, considerado pela UNESCO. Não são só as consequências ambientais de toda a destruição e contaminação, mas também o desmantelamento das aldeias. O caso da mina de Morgade (Montalegre) é um exemplo claro: num perímetro de 4850 metros são afectadas 35 aldeias num total de 2430 pessoas.
Denunciamos este crime contra a Natureza e a Humanidade! A luta pela protecção do ambiente e contra a economia de lucro é o nosso dever como classe operária!
Neste contexto, qual é o papel do governo PS/Costa, apoiado pelo PCP e BE?
Multinacionais do Lítio e Governo - de Mãos Dadas!
Estes crimes estão a ser perpetrados pelas multinacionais (Savannah Resources, Fortescue), empresas de capital financeiro internacional que têm vindo a infernizar a vida das populações do interior, tentando elevar estas ofensivas brutais a "Potencial Interesse Nacional" (PIN)! Em Setembro de 2018, o Governo já admitia que o seu objectivo era transformar Portugal no "fornecedor líder do metal para baterias de automóveis eléctricos". Para prosseguir este leilão do país, colocou um vídeo, apenas em inglês, a abrir mão de milhares de hectares de território, para a exploração de lítio e outros minerais aos abutres do capital monopolista!
É também ao serviço destes interesses imperialistas e da sua total protecção que a NATO-OTAN têm exércitos metidos em África, na Síria e outros cantos do Mundo, uma situação de Neocolonialismo e políticas imperialistas, com guerras de agressão pela posse e controlo das riquezas naturais de outros países e povos. À semelhança do imperialismo americano, russo, chinês e de outros países emergentes neoimperialistas está também a União Europeia aliada e alinhada com os interesses de governos fascistas como Israel, Turquia, Irão, Marrocos, etc., em sintonia com o genocídio continuado dos Povos da Palestina, do Curdistão e do Sahara.
Actualmente, agudiza-se o perigo de uma guerra entre os EUA e Irão. Uma tal guerra imediatamente estaria a incluir a Rússia e os estados membros da OTAN como também a União europeia. Portugal pertence as ambas alianças.
Nas eleições europeias o governo PS/Costa regozija-se com o facto de ter obtido a "maioria" com 1,1 milhões de votos, mas, de facto, são menos de 10 % dos eleitores que apoiam este governo, tendo o PCP acabado por perder metade do seu eleitorado pelo apoio dado ao governo Costa. Esta política foi desmascarada. Nesta situação, a CGTP chama à atenção das eleições legislativas do dia 6 de Outubro e apela ao voto nos partidos que garantam uma "alteração da correlação de forças na Assembleia da República". Que sentido faz votar em partidos como PCP ou BE que dão apoio a este governo? O que precisamos é de um partido revolucionário proletário.