Trabalhadores: Avancemos para a luta combativa e ofensiva - travemos o agravamento da exploração! Lutemos por cada posto de trabalho! Não aceitaremos um único despedimento! Lutemos por uma semana laboral de 30 horas sem perda salarial!

20-11-2021

Em Portugal há 4,01 milhões de trabalhadores e 1,1 milhões de postos de trabalho estão ameaçados. Da TAP à GALP, Altice, indústria automóvel, bancos como Santander, BCP e outros - todos os monopólios internacionais e nacionais estão a planear despedimentos em massa.

Alguns pensam também que a culpa é da opressão do país por parte da União Europeia. Mas esta não é a verdadeira causa. Os mesmos ataques contra as massas estão a acontecer noutros países. A causa reside na crise económica e financeira mundial que tem dominado todos os países imperialistas. A quebra na produção industrial dos países OCDE é de 20% em 2020, ainda mais profunda do que na última grande crise de 2009, que foi de 17,3%. Até mesmo a China é afectada desta vez.

A crise está a provocar uma enorme intensificação da concorrência entre os monopólios. A fim de assegurar os seus lucros, intensificam a exploração, ou seja, querem produzir o mesmo ou ainda mais com menos trabalhadores. Para tal, atiram milhares de trabalhadores para o desemprego. Chamam então a estes despedimentos em massa "reestruturação para se tornarem rentáveis". Para enganar os trabalhadores, afirmam que só estão a suportar prejuízos, como na TAP, GALP Altice, nos bancos e em todo o lado. Primeiro tentam chantagear os trabalhadores com pressões para desistirem dos seus empregos "voluntariamente".

Mas não nos enganemos. Sabemos que os interesses da classe dos trabalhadores são inconciliáveis com os dos patrões e é por isso que afirmamos a necessidade de romper com a colaboração de classe e paz social que a "esquerda" reformista do PCP e BE estabeleceram com os governos burgueses do PS/Costa que acantonou os trabalhadores e os desmobilizou frente às ofensivas do capital, recorrendo à violenta repressão das requisições civis e dos militares. Ora, com estes governos de "esquerda", que oprimem e exploram a classe trabalhadora para alimentar a economia capitalista, a burguesia nem necessita da "direita". Como União Marxista-Leninista Portuguesa/UMLP, fazemos parte do movimento dos "Solidários" contra a ameaça de despedimentos em massa na TAP, Groundforce, Galp, Altice e outras empresas. Saudamos calorosamente a crescente frente de resistência e defendemos o desenvolvimento de uma contra-ofensiva contra os ataques dos capitalistas.

Agora, porém, ainda existem opiniões diferentes entre nós trabalhadores sobre questões importantes. Por exemplo, alguns acreditam que se desistirmos dos salários, podemos salvar empregos, ou se aceitarmos alguns despedimentos, podemos salvar outros empregos.
Será isso correcto?

Esta é a posição da UMLP:

Como UMLP, acreditamos que devemos construir a unidade entre nós, trabalhadores, sobre as questões importantes, caso contrário não teremos êxito na luta.
Três questões em particular são centrais para isto:

I. Lutamos por cada posto de trabalho!

1. Recusamo-nos a aceitar alguns despedimentos para "salvar" outros.
2. Não sacrificamos um único posto de trabalho e rejeitamos qualquer tipo de "critérios de selecção".
3. Pensamos no futuro - Os nossos filhos ainda precisam de um emprego.

II. Só pela via da luta combativa e ofensiva é que podemos salvar postos de trabalho!

1. As negociações sobre sacrifício salarial são um beco sem saída. A prova disso foi o acordo de conciliação feito em Janeiro na TAP, que tinha sido assinado para garantir empregos em troca de sacrifício salarial, mas em Julho de 2021 o contrato foi rasgado e aí vieram os despedimentos em massa. O sacrifício salarial não salva empregos.

2. Qualquer contrato com o patronato só vale tanto quanta a vontade dos trabalhadores em lutar para o defender através da luta e da greve.

3. A greve é a única linguagem que os capitalistas entendem. Porquê? Porque a fonte do seu lucro seca se nós nos recusarmos a trabalhar. Eles sentem-no imediatamente.

4. Alguns dizem que não se pode lutar numa crise. Os trabalhadores da Groundforce provaram com sucesso o contrário. Tal como os estivadores portugueses do SEAL ou actualmente os estivadores gregos no Pireu.
Lutemos mesmo em tempos de crise! Avancemos para a Greve Geral!

III. Luta pela semana de 30 horas sem perda salarial!

1. De ano para ano a produtividade do nosso trabalho aumenta e com ela o lucro dos capitalistas. Com o uso da eletrónica e de outros métodos, a mesma carga de trabalho é feita por cada vez menos trabalhadores. Em resultado disto, os outros são atirados para a rua.

2. Esta intensificação da exploração é aquilo a que a TAP & Co chamam de "reestruturação para aumentar a rentabilidade". Com este engano, querem encobrir a verdadeira razão para os despedimentos anunciados. Não caímos nessa armadilha e exigimos que nenhum trabalhador seja despedido e que o trabalho seja distribuído por mais ombros.

3. Por outras palavras: Exigimos uma redução do horário de trabalho para as 30 horas semanais sem perda de remuneração. Esta exigência é já reivindicada internacionalmente. Em Portugal, estão empregados 4,01 milhões de trabalhadores. A maioria ainda trabalha 40 horas por semana. Com a redução para as 30 horas para todos, seriam criados 1,33 milhões de postos de trabalho. A ameaça do capital em destruir 1,1 milhões de empregos em Portugal no futuro não daria em nada.

4. No final de 2020, a TAP tinha 8200 trabalhadores a fazer 37,5 horas por semana. Em Abril de 2021, foi anunciada uma redução para 6.600 trabalhadores, o que significa que 1.500 seriam despedidos. Se o tempo de trabalho na TAP fosse reduzido para as 30 horas, poderiam ser criados 2025 postos de trabalho. Não só seriam evitados os 1500 despedimentos, como poderiam ainda ser criados 525 novos postos de trabalho.

5. Este é o aspecto matemático. De facto, é preciso combater numa luta consistente. Os capitalistas lutarão com unhas e dentes contra ela, tal como lutaram contra as 35 horas, contra as 40, contra as 45, etc. Até diziam que o mundo ia acabar. Nós, trabalhadores, temos de fazer os nossos próprios cálculos. A compensação salarial deve ser paga a partir dos lucros. É por isso que os patrões não concordam e preferem expulsar-nos para o desemprego. Mas pensamos nas nossas famílias, especialmente nos nossos filhos, que também precisam de empregos. O futuro pertence aos jovens!

Por uma semana laboral de 30 horas sem perda salarial! Compensação salarial integral às custas dos lucros dos capitalistas! Um dia de 6 horas, 5 dias por semana como exigência negocial para a TAP, GALP, Groundforce, ALTICE e outras empresas!
Pela unidade dos trabalhadores contra os despedimentos - Pela Greve Geral!